quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Teste Tiririca

Em Espanha, Zapatero perde, agora, nas sondagens, por mais de dez pontos para a oposição. Paga caro o desastre em que as suas políticas lançaram o país. Por cá o descalabro é maior. Mas Passos Coelho não consegue ir além de um quase empate técnico. A desilusão, em torno de décadas de rotativismo partidário dos dois partidos do "centrão" talvez possa explicar o fenómeno. Ao défice das contas públicas e das contas externas e ao galope da dívida, Sócrates somou um sistemático défice de verdade na sua relação com os eleitores. Mas, com o país literalmente à beira da bancarrota, Sócrates mantém uma popularidade invejável.

Talvez a oposição possa aprender com as últimas eleições brasileiras onde o deputado mais votado foi o palhaço Tiririca com o modesto slogan: "Pior do que está não fica!".

Essa garantia bastou a mais de um milhão de brasileiros para o elegerem para o Congresso. O povo português exige mais quando alerta: "para melhor está bem, está bem...". Para descolar das sondagens, Passos Coelho, que já passou o teste Tiririca, precisa agora de responder à pergunta que, ontem, Mário Soares deixava tranquilamente no ar: "e quem, no actual cenário, faria melhor?".

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