sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

J.Paulo II - Santo e um homem normal


"O mundo precisa muito da santidade de João Paulo II". Terá sido este o comentário de Bento XVI, ao anunciar, ao actual Arcebispo de Cracóvia, a beati­ficação do Papa polaco.

Quem o conheceu garante isso mesmo: Wojtyla era um homem fora de série! Mas ele era assim, porque era um homem normal.

Wojtyla foi um brilhante actor de teatro, foi operá­rio fabril, praticou desporto, tinha imenso sentido de humor e, ao mesmo tempo, era profundo, cora­joso e grande devoto de Nossa Senhora. Sabia muito bem aquilo que queria, arriscou tudo ao enfrentar os regimes totalitários e, sobretudo, ao pedir ao mundo para abrir as portas a Cristo. Mas fê-lo com uma tão grande humildade que tudo nele pare­cia normal, evidente, como se fosse fácil ser assim como ele, santo! Foi um dos períodos mais felizes e "humanos" da história da Igreja Católica, em claro contraponto com outras épocas!

A afluência de multidão que já se prevê para o próximo dia 1 de Maio, em Roma, é a prova disto mesmo: que todos queremos, afinal, em nós uma centelha desta humanidade tão atractiva que fez dele um grande Santo.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Rescaldo das Eleições Presidenciais


"Foi um erro de Sócrates, grave, apoiar Manuel Alegre...", Mário Soares, em artigo no DN.

E, digo eu, há quem nunca aprenda com os próprios erros....vide o apoio a Soares nas eleições de 2006!...


Só tenho mais um comentário para finalizar: Estou em completo desacordo com Mário Soares. Sócrates tem acertado sempre, com precisão absoluta, na escolha dos candidatos que o povo rejeita. Por larguíssima maioria!...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Reeleição de Cavaco Silva como Presidente de Portugal


Com vitória em todos os concelhos do país, com excepção de doze, nove no Continente e três na Ilha da Madeira, Cavaco Silva é bem o Presidente de todo o Portugal. Como em 2006.


E ao contrário dos mandatos de Jorge Sampaio que, se por duas vezes ganhou o país, em ambas sempre perdeu o Norte!...


Nota: A vermelho, no Continente, os 9 concelhos ganhos por Francisco Lopes. José Manuel Coelho ganhou 3 concelhos na Madeira.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Emissão de dívida: entre a ficção e a realidade...



1.Muito já se disse sobre o resultado da dupla emissão de dívida colocada na semana passada pelo Tesouro Português: dívida a 4 anos (€ 650 milhões) e a 10 anos (€ 599 milhões).

2.E muito do que se disse foi dito – sobretudo nos meios do poder ou a este ligados – em tom de grande regozijo pelos resultados conseguidos nas emissões, ou melhor pelo resultado conseguido na emissão a 10 anos, curiosamente a de menor montante…

3.O PM foi o mais exuberante, proclamando, alto e bom som, que esta colocação de dívida demonstra que não vamos precisar da ajuda externa – coisa que não deveria ter dito pela simples razão de que não se pode concluir daqui nem que vamos nem que não vamos precisar dessa ajuda…

4.Não esquecendo a ajuda, preciosa, que já recebemos do BCE, sem a qual nem dívida haveria...

5.Atentando nos resultados das duas emissões, chega-se a uma conclusão bizarra: em relação às últimas colocações de dívida, nos mesmos prazos, o juro na emissão de 4 anos subiu de 4,0% para 5,4% - 154 pontos base, +35% - enquanto que na emissão a 10 anos baixou muito ligeiramente, de 6,80% para 6,712% (9 pontos base)...

6.Como explicar que em duas emissões de dívida realizadas no mesmo dia se tenham verificado comportamentos tão divergentes das taxas de juro? E que a taxa de juro mais favorável tivesse sido a da emissão a 10 anos, que envolve em princípio maior risco?

7.Sabemos, é claro, que a dívida a 10 anos concitava as atenções do mercado, para saber se ultrapassava ou não a fasquia dos 7%...tendo-se formado um consenso na comunicação social (errado, na minha análise) de que seria inevitável o recurso à ajuda externa, vulgo FMI, caso aquela fasquia fosse excedida.

8.Assim, as atenções concentraram-se quase exclusivamente na dívida a 10 anos, cujo juro não subiu, omitindo-se praticamente a dívida a 4 anos, cujo juro encareceu e muito.
9.Assim a dívida ontem emitida, no seu total, saiu bastante mais cara, mas a leitura política e de muitos comentadores foi no sentido inverso, de que saiu mais barata...

10.O prestidigitador Luís de Matos não teria feito melhor trabalho...

11.Continuamos na senda de preferir a ficção, procurando iludir a realidade - não nos queixemos pois das “surpresas” desagradáveis com que temos sido e iremos ser frequentemente defrontados.

O Diário do Professor Arnaldo – A fome nas escolas

Li um texto redigido por um professor que não resisto a partilhar com quem queira:
"Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos.Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio, fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar.De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila – oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha. Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude.Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche. O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas…Sem saber o que dizer, segureia-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta. Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir».Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado?...."

É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos... é este o país europeu que apresentamos lá fora!!!!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Nova Matemática de Sócrates

*A receita de 2010 ficou acima do valor previsto.
*A despesa de 2010 ficou abaixo do valor previsto.

= défice de 2010 fica no valor previsto de 7,3%.

Sócrates no Debate de 6ª feira, dia 7 de Janeiro, na Assembleia da República. Alguém me explica esta nova e sofisticada matemática, que só por mim não atinjo?