quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Mais do mesmo

António José Seguro defendeu ontem que o corte no subsídio de Natal deste ano era evitável se se recorresse à transferência dos fundos de pensões da Banca.

Seria realmente bom que tal fosse evitável, mas nunca com esta proposta de solução. Seguro mostra não estar à altura de quem aspira ser Primeiro Ministro. Numa situação tão adversa, pretender manter a linha da cosmética contabilista histórica em Portugal, como solução para um problema orçamental estrutural.

É de uma gritante irresponsabilidade e incompetência. Estas operações, deviam ser neutrais do ponto de vista do défice orçamental pois não só transferem em simultâneo activos, como elevadas e suicidas responsabilidades financeiras presentes e futuras.

Foi o continuado recurso a este tipo de expediente que permitiu a permanente camuflagem de décadas de despesismo público e gestão danosa, que nos lançaram na actual situação financeira e por consequência económica.

Todos - e aqui não há inocentes nos PS, PSD e CDS - os políticos que tomaram essas decisões desastrosas, é que são os verdadeiros culpados de todos estes sacrifícios, com aumento de impostos, cortes sem precedentes nas regalias sociais e nos direitos que julgávamos adquiridos.

O que posso afirmar a José António Seguro, é que, os sacrifícios são inevitáveis. Não tenho é a certeza que as actuais medidas de austeridade preconizadas nos vão levar a bom porto. No entanto, tenho três certezas:

1-Não é com as operações de cosmética do défice propostas por Seguro que vamos lá, definitivamente;

2-Os sacrifícios não deveriam recair sempre sobre os mesmos, invariavelmente;

3-Por uma vez, ao menos, deveriam ser apurados os responsáveis pela situação em que nos encontramos.



Mas não tenho muitas esperanças....estamos em Portugal e ninguém aprende com os erros passados!

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