quinta-feira, 20 de maio de 2010

O que falta ao país não são políticos, são estadistas!


Os que acreditaram que o Governo e o PSD - ou o centrão que nos governa há anos, se preferirem - iam mesmo entender-se a bem do país, desenganem-se. O que Mário Soares e Mota Pinto fizeram há vinte a tal anos não é para qualquer um e os políticos, como muitas outras coisas, já não são o que eram.

Pedro Passos Coelho aceitou sentar-se à mesa com José Sócrates para acordarem um pacote de auste­ridade que salve - ou pelo menos adie - o país da bancarrota. Mas o tão apregoado sentido de Estado foi sol de pouca dura. Sócrates já veio dizer que cada um fala por si. Ontem, o líder do PSD veio dizer que o Primeiro-ministro tem "um sentido extraor­dinário da realidade'' que impede qualquer acordo entre os dois partidos virado para o médio prazo. E acelerou a demarcação do Go­verno, com vista, certamente, às eleições an­tecipadas que Passos sonha vir a ganhar daqui a um ano, o máximo dois. Estaremos em finais de 2011, princípios de 2012, mais direitos e menos falidos, com folga para derrubar o Governo e ir a votos? Estará o próximo Presidente da República disposto a convocar elei­ções? Conseguirá Pedro Passos Coelho um Governo maioritário? As incógnitas são muitas. E certeza há só uma: o estado do país exigia mesmo mais sentido de Estado e menos calculismo político.

Mais uma vez, Ferreira Leite tinha razão: o que falta ao país não são políticos, são estadistas...

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