
"Temos que poupar. Temos que gastar menos". "Temos de flexibilizar o mercado laboral". "O aumento de impostos é incontornável". "Precisamos de pedir mais sacrifícios aos portugueses".
Estas frases foram ontem ditas pelo ainda ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, no debate parlamentar sobre o PEC IV. Quando soube que ia para a rua, o Governo começou a dizer a verdade. Na 25° hora iniciou a pedagogia da crise, que Sócrates sempre recusara fazer, apesar das exortações de Mário Soares.
Por exemplo, em 2008, ano de eleições, Sócrates traçava um panorama cor-de-rosa da nossa situação. Baixou o IVA e subiu 2,9% a função pública. Ora nesse ano o desequilíbrio externo de Portugal atingiu 12,6% do PIB. Mas o Governo ignorava o endividamento externo. Os problemas que se faziam sentir atribuía-os à crise internacional. Só que há onze anos o défice da balança corrente do país já equivalia a 10% do PIB, sem crise internacional.
O optimismo balofo marcou o discurso governamental até há poucas semanas: antes, sucediam-se os êxitos. Ontem, o PS entrou em campanha eleitoral."
Francisco Sarsfield Cabral, Jornalista
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