
Durante estes dias do aniversário da morte de Sá Carneiro têm-se multiplicado as conjecturas sobre o que teria acontecido ao país se a tragédia de Camarate não tivesse acontecido. Conjecturas traduzidas em artigos de jornais, debates e opiniões nas rádios e televisões.
A matéria chegou mesmo a ser analisada, recorrendo a métodos científicos de reescrita da história. Creio que é a pior forma de homenagear Sá Carneiro. Acho-a mesmo a roçar o ridículo. As homenagens aos políticos justificam-se pela bondade dos objectivos por que lutaram, pelas políticas públicas que promoveram, pelo serviço público que prestaram, no fim, por terem colocado o bem dos cidadãos acima dos seus interesses pessoais ou partidários.
Justificam-se pelos actos praticados em vida, não pelos que não puderam praticar depois de terem morrido. Retratar o que seria Portugal se não tivesse havido Camarate é uma impossibilidade, um disparate e uma pura perda de tempo. Apenas justificável para preencher espaços mediáticos, sem qualquer valia e, muito menos, valor acrescentado algum. Puro folclore. Sá Carneiro vale pelo que foi. E pelo exemplo que deu. Por aquilo que fui lendo, foi um dos raríssimos estadistas do pós-25 de Abril.
Ainda me lembro bem do conceito e profunda admiração que os meus Pais nutriam por este Político. Sim, o P grande não foi por acaso...
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