
Como tem ficado evidente, a prova real da virtude da despesa pública aí está em todo o seu esplendor: subida nos impostos e corte nos salários!!!
A grande ironia, e a grande desgraça, é que o anúncio foi feito por quem, em dez séculos, mais aumentou os gastos do Estado, ditos para criar riqueza e crescimento!...
Não foi ontem, mas foi antes de ontem que José Sócrates aumentou os funcionários públicos em quase 3%. E já foi esta semana que o ministro dos Transportes reafirmou que o TGV e o novo aeroporto são para ir para a frente. O brutal pacote de austeridade que aí vem é corajoso. Mas também é a factura da imperdoável falta de coragem com que Sócrates camuflou a realidade até mais não poder.
Há seis meses, quando muitos avisaram - o banqueiro Fernando Ulrich foi um deles - que estávamos mesmo em risco de banca rota, o Primeiro-ministro desautorizou-lhe o discurso - estava tudo sob controlo. E há quatro meses, quando acordou com o PSD um corte na despesa de mil milhões de euros, Sócrates esqueceu-se de começar a fazer o trabalho de casa a tempo e horas.
Pelo contrário, sabe-se agora que a despesa pública derrapou, as empresas tuteladas pelo Estado violaram as restrições do PEC ao endividamento, o Governo falhou, as Finanças não conseguiram travar o monstro.
Agora, em desespero de causa, Sócrates quer acusar o PSD de levar o país para o buraco se não viabilizar o Orçamento de Estado. Pedro Passos Coelho não tem a vida fácil, mas o que quer que faça, há uma coisa que não pode deixar de explicar aos eleitores: que a brutalidade de medidas que aí vem podia ser diferente, se o Governo socialista não tivesse cometido a incúria e a irresponsabilidade de brincar com o fogo.
Sem comentários:
Enviar um comentário