Os especuladores internacionais têm nome: chamam-se Sócrates e Teixeira dos Santos!

Só agora pude ver o Boletim da Execução Orçamental de Janeiro. Verifiquei que o Governo mais uma vez nos quis enganar. De forma primária e grosseira. Em conluio com muita da comunicação social, que transcreve as notas governamentais.

E vi que, onde Sócrates e Teixeira dos Santos mandam e mexem, a Despesa aumenta sem controlo. Até, pasme-se, a Despesa com Pessoal, apesar dos cortes havidos!...

Aqui está o que li e vi (os aumentos referem-se ao período homólogo, Janeiro de 2010).

Despesas do Subsector Estado

Despesa corrente: aumentou 0,7% (aumento nominal e real); Despesa total efectiva: aumentou 0,9% (aumento nominal e real).

Despesas do Subsector Serviços e Fundos Autónomos

Despesa corrente: aumentou 5,1% (aumento nominal e real); Despesa total efectiva: aumentou 6,4% (aumento nominal e real); Despesa com Pessoal, pasme-se: aumentou 7,4% (aumento nominal e real) .

Despesas do Subsector da Segurança Social

Despesa corrente: aumentou 4,9% (aumento nominal e real); Despesa total efectiva: aumentou 4,8% (aumento nominal e real).

Despesas da Administração Local

Despesa primária: diminuiu 5,6% (diminuição nominal e real); Despesa total efectiva: diminuiu 4,9% (diminuição nominal e real).

Execução Orçamental do Estado

Despesa corrente: aumentou 0,7% (aumento nominal e real); Despesa total efectiva: aumentou 0,9% (aumento nominal e real); Despesa com Pessoal, pasme-se: aumentou 4,9% (aumento nominal e real).

A Despesa só diminuiu na Administração Local. Onde Sócrates e Teixeira dos Santos comandam, é só a subir. E se o défice melhorou, foi devido ao confisco feito aos contribuintes, através dos impostos. Situação não sustentável. Porque aumentos de receita de 15%, como em Janeiro, é confisco!!!

Por isso, as taxas da dívida sobem. Os especuladores internacionais têm um nome e morada: chamam-se Sócrates e Teixeira dos Santos e moram em Lisboa. E Ângela Merkel sabe a morada.....

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Um país insuportável


"Um país insuportável. A falta de bom-senso e humildade constitui uma das principais causas da degenerescência da justiça portuguesa. Tudo seria simples se houvesse uma coisa que falta cada vez mais aos nossos magistrados: bom senso. Uma mulher com 88 anos de idade morreu no seu apartamento em Rio de Mouro, Sintra, mas o corpo só foi encontrado mais de oito anos depois, juntamente com os restos mortais de alguns animais de companhia (um cão e dois pássaros). Este caso, cujos pormenores têm sido abundantemente relatados na comunicação social, interpela-nos a todos não só pela sua desumanidade mas também pela chocante contradição entre os discursos públicos dominantes e a dura realidade da nossa vida social. Contradição entre promessas e garantias de bem-estar, de solidariedade e de confiança nas instituições públicas e uma realidade feita de solidão, de abandono e de impessoalidade nas relações das instituições com os cidadãos............

Claro que agora aparecem todos a dizer que cumpriram a lei e, portanto, ninguém poderá ser responsabilizado porque a culpa, na nossa justiça, é sempre das leis. É esta generalizada irresponsabilidade (ninguém responde por nada) que está a tornar este país cada vez mais insuportável."

Crónica de Marinho Pinto, leia aqui na íntegra

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Jobs for the boys

O populismo é geralmente mau conselheiro em mo­mentos de crise. E o ataque cerrado a todos os que ganham mais, como se aí estivesse a origem de to­das as desgraças, é apenas um dos seus mais genera­lizados sintomas.
Contudo, a aliança entre PS e PSD contra qualquer iniciativa parlamentar para introduzir limites de razoabilidade à remuneração de gestores públicos não pode ser vista como saudável recusa liminar do populismo. É, tão só, o reflexo de como os dois par­tidos do "centrão" estão literalmente reféns da sua rede clientelar.
Argumentar com a necessidade de "atrair os melhores num mercado concorrencial" quando se trata, sobre­tudo e/ou quase sempre, de remunerar boys recruta­dos para gerir empresas que agem em monopólio (ou quase!) ou, simplesmente, se afundam em prejuízos não é mais do que tentar tapar o sol com a peneira. E se o argumento vale para as empresas, como não aplicá-lo a gestores da própria administração, todos eles forçados a cortes radicais dos respectivos salá­rios?

Se dúvidas existissem sobre a bondade da argumen­tação, ela ficou, ontem, bem à vista, em mais um exemplo do descalabro de gestão do sector empre­sarial do Estado. Ficámos a saber pela Comunicação Social que na Rede Eléctrica Nacional, uma das tais empresas públicas a reclamar excelência de gestão, foram, nos últimos tempos, "contratados" oito, sim oito no­vos directores! Alguns já este mês e com remune­ração superior à do Presidente da República! Pagos com os nossos impostos, pois então!... Ao mesmo tempo que os trabalhadores, que denunciavam a situação, reduzi­ram os seus salários! É esta a noção de partilha de sacrifícios de quem nos governa e de quem anseia por governar!!!

Os mercados também sabem estas pequenas histó­rias e sabem que, neste momento, o que se impu­nha era uma solução à espanhola, com uma drástica redução dos quadros dirigentes do sector público e respectivas remunerações.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bóia de salvação


Ao sair da reunião do ECOFIN, com os ministros das Finanças da UE, o ministro Teixeira dos Santos suplicou que a Europa se despache a desbloquear os novos mecanisnos de ajuda. Traduzido para português corrente, Teixeira dos Santos disse isto: atirem-nos rapidamente a bóia, porque estamos mesmo, mesmo a afogar-nos!

Mas José Sócrates acha que não! Diz que a economia está a regir melhor do que ele tinha previsto! Pasme-se: o PM congratulou-se com a evolução do último trimestre de 2010, exactamente na semana em que o governador do Banco de Portugal veio desfazer as ilusões, dizendo apenas isto: entrámos em recessão. Ponto final.

Cavaco Silva chamou Teixeira dos Santos a Belém, um dia depois de ter recebido o presidente da Comissão Europeia. E os sinais, estão lá todos: caminhamos a passos largos para a rutura. Mas Sócrates não acredita, não quer pedir ajuda ao FMI. Só aceita ajuda do Fundo Europeu!

Coitado, há alguém que lhe explique que nesta altura, a diferença é, cada vez mais, nenhuma!? E que levar o país para o abismo pode ser crime público!?

Coitados de nós!....